Vinícolas no Chile: Tour degustação na Emiliana

Degustação na Vinícola Emiliana

Neste post contarei como foi o tour e a degustação na  Vinícola Emiliana com o Léo. A Emiliana se localiza no vale de Casablanca, entre Santiago e Valparaiso.

Durante nossos 16 dias no Chile, participamos de 3 tours-degustação e a segunda que visitamos foi a Vinícola Emiliana, em Casablanca (Valparaiso).

Abrimos essa pequena série de posts sobre vinhedos com a vizinha Casona Veramonte (vocês podem fazer as duas no mesmo dia. São realmente vizinhas) e agora falarei um pouco da prazerosa visita que fizemos na Vinícola Emiliana.

Se você nos segue, sabe que viajamos sempre com nosso filhote, Leonardo. Nesta viagem ele tinha 2 anos e 8 meses e ao buscar vinícolas, procurei àquelas que pudessem me dar algum atrativo a ele.

Havia lido posts em alguns blogs brasileiros e achei que esta vinícola poderia ser “kids friendly”. De certa forma, era (eles não tiveram o cuidado da Veramonte) e diria que acertamos!

Como chegar na Vinícola Emiliana?

* De Santiago:
O melhor modo, claro, é de carro. Você pode fazer aqui uma cotação com  a RentCars e ainda ajudar o blog.
🙂
Mas o mais econômico é pegar um ônibus que segue até Valparaiso, mas que pare em Casablanca (aproximadamente 2 mil pesos).
Se você curte andar, pode pedir para o motorista do ônibus Santiago – Valpo para descer perto do pedágio do km 66 e ir andando (é uma boa caminhada por dentro das vinhas, mas parece que é possível).
Se você não curte longas caminhadas, desça na praça principal da cidade de Casablanca e deste ponto, pegue um taxi preto (preços variam de 5 mil a 8 mil pesos) até a Vinícola Emiliana.

* De Valparaiso:
Vá até a estação central e pegue um ônibus que entre em Casablanca (1000 pesos).
Outra opção é pegar um taxi coletivo na rua Argentina (cores amarelo e preto – 1500 pesos), perto do ponto final do Trolebus verde. Tanto o ônibus quanto o taxi te deixarão na praça central de Casablanca. Deste ponto, pegue o taxi preto que indiquei acima.

Veja aqui um pdf com as imagens abaixo:

Tour degustação na Vinícola Emiliana

Agendamos o tour para às 15hs por e-mail com o simpático Josué e chegamos novamente uns 15 minutos atrasados. Nossa sorte é que um casal de brasileiros que faria o tour neste horário também estava atrasado (ufa). Eles pedem para agendar com pelo menos 1 dia de antecedência.

Fizemos o tour com o divertidíssimo Ramon (apelidado de presunto, graças aos brasileiros), que nos explicou em um ótimo portunhol (rs) a vida e rotina da vinícola, assim como o conceito de orgânico. Após o tour, começam as degustações.

São 2 tipos de tours (veja todos aqui):
1) O Tour Degustación Orgánico (tour + degustação de 4 vinhos – 16.000 pesos)
2) o Tour Degustación Orgánico Gê (tour + degustação dos 4 vinhos premium + 1 degustação de um vinho Gê – 26.000 pesos – mínimo 2 pessoas)

Para quem não curte tour (no entanto, eu aconselho. É ótimo!), eles oferecem apenas degustações:

  • Blancos del Valle (Casablanca) – VALOR: 12.000 pesos
  • Tintos de Selección – VALOR: $12.000
  • Nuestros Clásicos – VALOR: $12.000
  • Inspirados en la Naturaleza – VALOR: $21.000

Todas essas degustações vocês poderão harmonizar com queijos e chocolates (incluindo 3 mil pesos para cada degustação).

Fizemos o tour Tour Degustación Orgánico com chocolate e direito a provar o Gê e falaremos mais abaixo sobre ele.

A vinícola

A vinícola planta suas parreiras em (pelo menos) duas cidades, mas a administração e o local de visitas está no Valle de Casablanca. A primeira coisa em que se pensa quando se vê o nome da Emiliana é o adjetivo “orgânico”, que a vinícola faz questão de estampar junto a sua marca.

E de fato, quem visita a vinícola percebe uma série de cuidados que justificam o orgulho e acrescentam ao conceito de “orgânico” o de “biodinâmico”.

A plantação no vale de Casablanca se aproveita das condições particularmente favoráveis que ali se encontram para a produção de vinhos de boa qualidade.

Por uma combinação particular de latitude, vegetação nativa, proximidade com o mar e com os Andes, o vale oferece temperaturas baixas e estáveis o suficiente para a desenvolvimento ótimo de parreiras. Além disto, deve-se considerar que o calcário das montanhas novas dos Andes e a irrigação do solo rochoso contribuem decisivamente para o terroir que faz a fama da região.

  • Vinícola Orgânica e Biodinâmica

Trabalhando nestas condições naturalmente favoráveis, a equipe da Emiliana executa todos os procedimentos necessários à produção de vinhos de alto nível. Mas ela vai ainda além e se serve de várias táticas de cultivo com baixo impacto ambiental (orgânico) e de interação com o ritmo da natureza (biodinâmico).

Por exemplo, para evitar o uso de pesticidas sobre a plantação, a equipe plantou roseiras, que atraem para si as pragas evitando que se lancem diretamente sobre as parreiras e alertando de sua presença; cultivam também flores e plantas como a lavanda (ou alfazema), das quais os insetos normalmente não gostam e tendem a fugir; mantém galinheiros móveis, que os permite soltar as galinhas por determinadas áreas dos vinhedos a fim de que comam os insetos que atacam as parreiras.

A fim de reduzir o impacto da monocultura local, a casa mantém um bosque ao redor dos vinhedos, além de manter viveiros de plantas nativas. Eles produzem o próprio adubo orgânico (compost, como chamam) com material do próprio vinhedo e das plantas que eles mesmos cultivam.

Muito do cuidado com o solo é feito por alpacas, que comem gramas, reviram e adubam naturalmente o solo à época adequada à produção. Todos esses cuidados são feitos de acordo com o conhecimento do ritmo do solo, do clima e já renderam à casa uma série de certificações orgulhosamente exibidas em seu website: ( http://www.emiliana.cl/sustainability/#certifications ).

  • Preocupação social

Mas, para além da preocupação orgânica e biodinâmica, a Emiliana também expressa uma preocupação social e econômica mantendo relações particulares com seus funcionários.

Os funcionários contam com hortas em que podem cultivar para si e aprender conceitos e práticas da agricultura orgânica e biodinâmica; contam também com a possibilidade de produzir e vender, por meio de pequenas empresas organizadas por eles, azeite e mel extraídos nos vinhedos da Emiliana (as oliveiras são importantes também para a produção orgânica).

Esta relação com os funcionários rendeu certificações de “Fair Trade” à casa.

Se você tem curiosidade, vejam esse guia interativo que eles criaram.

A degustação do “Tour Degustación Orgánico” com chocolate 

Quando retornamos ao prédio da Emiliana, nossas taças já estavam preparadas no balcão. Sentamos em uma ponta perto do sofá, no qual deixamos o Léo, e aguardamos as explicações do Ramon sobre cada vinho.

Começamos nossa degustação com dois vinhos brancos Gran Reserva da linha Novas (deveria ser um vinho da linha Adobe, mas naquele dia eles estavam sem).
O primeiro era um Sauvignon Blanc e o segundo um Chardonnay, ambos do vale de Casablanca.

Eu (Juliana) não sou uma grande apreciadora de vinhos brancos, mas o Thiago é e gostou desses vinhos.

Depois partimos para a linha Signos de Origen, um tinto Carmenere do vale do Colchagua de 2015 e que nós dois particularmente adoramos.

Devo ter comentado em algum post por aqui que uma das poucas coisas que eu noto em vinhos é quando ele é conservado em barrica de carvalho e essa foi a 1° coisa que percebi neste vinho.

Depois o Ramon explicou que ele este vinho é envelhecido durante 13 meses sendo, 59 % em barricas de carvalho francês e 41% em uma cuba ovoide de concreto.

Para fechar oficialmente esta degustação, provamos o vinho Coyam de 2013, também do vale do Colchagua, chamado Los Robles Estate.

Este vinho é constituído por várias cepas (48% Syrah, 24% Carmenere, 11% Merlot,10% Cabernet Sauvignon, 3% Mourvedre, 3% Malbec, 1% Petit Verdot) e conservado também por 13 meses (sendo 85 % em carvalho francês, 15 % em carvalho americano, 34% em barrica nova, 33 % em barrica de 1 uso e 33 % em barrica de segundo uso – confesso que não entendi muito bem essa conta – rsrsrsrs).

Apesar de ser um dos tops da casa, achamos um bom vinho, mas o nosso paladar aprovou mais o Signos de Origen.

Nossa degustação deveria parar por aqui, mas para a nossa sorte, um dos degustadores daquela tarde passou uma lábia no Ramon e ganhamos uma prova do Gê, Fundo los Robles, de 2013, o top absoluto da casa.

Bom, não preciso dizer nada, o vinho é delicioso e se sente o sabor aveludado dos vinhos conservados em barrica de carvalho.

Assim como o Coyam, este vinho é constituído por várias cepas (48% Syrah, 40% Carmenere e 12% Cabernet Sauvignon), mas conservado por 16 meses (100 % de carvalho francês, 60% barrica nova e 40 % barrica de 1 uso).

A harmonização com chocolate

Normalmente harmonizamos vinhos com produtos salgados, como queijo e patês, mas como havíamos provado o vinho top da Veramonte com chocolate salgado e achamos aquela combinação muito interessante, decidimos harmonizar estes vinhos também com chocolates (acrescentando 3 mil pesos).

Bom, como normalmente as pessoas degustam apenas com a bolachinha salgada, decidimos tomar metade dos vinhos ouvindo a explicação do Ramon e depois, beber a outra metade com os chocolates (somente nós havíamos pedido essa harmonização).

As provas de chocolate que nos ofereceram eram para aquela nossa sequência, mas como ganhamos uma prova do Gê, o Ramon comentou que harmonizaria muito bem com qualquer um dos últimos chocolates.

A sequência era: chocolate com passas, chocolate com frutas vermelhas, chocolate com sal de Cuzco (tão bom que compramos um tablete de 50gr por 5 mil pesos) e chocolate com Aji (pimenta, mas não era picante) e percebemos que o sabor dos vinhos se acentuaram com os chocolates.
Aconselho!

A “Tenda” da Emiliana

E as crianças?

Visitamos a Emiliana em um lindo dia de sol e se não tivesse sido por isso, creio que o Léo teria dado “piti”. O local é muito bonito e os animais que circulam por ali o deixaram encantado. Com isso, não tivemos nenhum problema durante o tour.

Porém, aquele cuidado que a Veramonte nos ofereceu durante a degustação, incluindo a paciência do sommelier em dar chocolatinho e ajudá-lo a pintar, não tivemos aqui.

Diria que falta um toque feminino ou materno/paterno na Emiliana. No dia que fomos, apenas homens no recinto e se não tivemos levado joguinhos e frutinhas para o Léo, nossa degustação teria sido complicada (#fica a dica, Emiliana)

Vinícola Emiliana Casablanca

  /EmilianaOrganicWines/
Tripadvisor.com.br/Emiliana_Organic_Vineyards-Casablanca
Ao lado norte da Ruta 68, km 60,7 – Valle de Casablanca.
 www.emiliana.cl/

O tour e a degustação foi cortesia da Vinícola Emiliana, mas o texto reflete a experiência vivida por nós 3, sem qualquer interferência.


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About Juliana (www.turistando.in)

Mãe do Léo, professora de italiano e apaixonada pelas maravilhas do mundo.

19 thoughts on “Vinícolas no Chile: Tour degustação na Emiliana

  1. Acredita que estamos exatamente com viagem prevista para Santiago de Chile em agosto? E pretendemos conhecer pelo menos umas duas vinícolas na região, imagina quando eu vou sair deste blog? É nunca!!! Belo post, dicas excelentes, amei e vou continuar pesquisando aqui para nossa viagem ser um sucesso!

    1. Que legal, Gisele!
      😉
      Meu conselho: se vc tiver tempo, visite as vinícolas de Casablanca. Pelo menos as duas que visitei produzem vinhos excelentes e seus tour são menos massificados.
      Perto de Santiago visitei apenas a Undurraga (não quis ir atrás da Concha e Toro) e confesso: foi interessante conhecer, mas seus vinhos são apenas bons e o tour é muito massificado!
      😉

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