Ilha flutuante de Uros
Ficamos em um hotel que separa uma parte para albergues, o Marlon’s.
O café da manhã do albergue\hotel parecia ser muito bom; mas como estávamos cansados, acordamos em cima da hora e engolimos rápido um pão e suco! O taxi apareceu logo cedo para nos levar até o porto (a cidade de Puno é feia, mas se você tiver mais tempo, leia este post do blog Viagens e Caminhos sobre o que ver na cidade);
No porto, várias embarcações esperavam turistas para os passeios pelo Titicaca. Queríamos o passeio de 2 dias (com Ilha flutuante de Uros, Taquile e Amantanì) no qual dormiríamos em um alojamento típico da ilha; mas foi esse o passeio que resolvemos eliminar após o problema com o trem em MP.
A Ilha flutuante de Uros vista de longe
Bom, o guia começa a explicar em espanhol e em inglês o que veríamos e nos contou a história da ilha e do povo uros;
Em pouco menos de 1 hora chegamos à Ilha flutuante de Uros; E’ bem interessante ver de cima as diversas ilhas flutuantes;
Víamos ilhas distantes e sem embarcações, e outras ilhas com pessoas acenando para que fossemos até lá!; O próprio guia comentou que na Ilha flutuante de Uros algumas “tribos” (talvez as genuínas) não queriam saber da agitação dos turistas;
Depois de passar por algumas ilhas, o barco parou em uma no qual haviam “moradores” nos esperando. Descemos com a intenção de conhecer a ilha; mas não! Nos obrigaram a sentar em uma trouxinha de cobertores e na sequência começamos a ver um teatrinho no qual o guia da excursão narrava o que eles “mimicavam”.
Ok! Interessante! Não somos tao mau humorados assim.
Eles explicam o que é a totora, como a ilha e as habitações são feitas e etc;
Até ai, fantástico!
Mas aquilo começou a me parecer mais encenação do que demostração da vida real; o jovem começou a dizer que caçava a comida que eles comiam (o guia mostrou uma “ave” morta) e que pai, mãe e filho adolescentes dormiam agarradinhos e felizes na casa feito de totora (faltou somente unirem indicador e polegar simbolizando um coração).
Ali já comecei a confirmar a minha dedução: No frio, pai, mãe e filho adolescente (o da foto com espingarda) dormindo agarradinhos na mesma cama de uma casinha pequena? Como assim?
Pòpara! 😉
Minha confirmação veio na sequência. Acabou o teatrinho, pensamos: vamos circular, olhar a casa, a ilha…. porém, neste exato momento, uma mão nos agarra e nos puxa!
Olhei em volta: todo mundo estava sendo puxado para o barco de tutora que acabara de estacionar em frente à ilha; alguns entraram, outros não; percebi que eles estavam empurrando a galera para um passeio que custava U$ 10!
Sim, em dólar; e não havia nenhum aviso sobre o pagamento (um brasileiro que conhecemos neste dia acabou entrando na farra e negou o pagamento!).
O mais engraçado: eles nos empurravam ao som de “Vamos a la playa….o o o o o” !
Ao descer da embarcação (me neguei a pagar), quis entrar nas casas, para ver como era a moradia (não conseguimos fotografar direto; o ambiente era pequeno demais para uma foto mais ampla), mas era possível ver que aquelas casinhas eram apenas barracas quase vazias;
Muito estranho uma família habitar ali;
Haviam apenas algumas peças de roupas penduradas nas “paredes”;
Enquanto observávamos e fazíamos fotos, novamente uma mão nos puxa e desta vez nos levou até a “lojinha” e meio que nos obrigou a comprar produtos artesanais;
Alguns são bastante interessantes e bem turísticos; miniatura de casa e de barcos feitos com totora; brincos e colares; peças de roupas como gorro e echarpe; tudo colorido e com a cara do Peru, mas com preços irreais e em dólar!
Primeiro você fica sem jeito; comovido. Vê os preços e pensa: Puta merda! Não vou pagar 25 dólares em um barco de tutora; mas a insistência é tanta que você acaba procurando o que tem de mais barato para fugir da pressão do garoto.
Comprei um pingente de madeira pintado com um cordão bem vagabundo; Não me lembro o preço, mas era o mais em conta;
Meu marido escolheu uma capa para almofada com um bordado de Pachamama que, em menos de 1 minutos, mudou de 20 dólares para 20 soles! Compramos e saímos de lá!
A ilha perdeu a graça!
Depois dessa, sentei com meu marido enquanto o barco de totora não retornava com os outros integrantes; enquanto observávamos a ilha, começamos a pensar na situação pitoresca que vivenciamos em menos de 30 minutos! E começamos a rir!
Os caras nos envolve de uma tal maneira que não temos nem mesmo tempo de reação!
E’ tudo muito ligeiro! Demorou para “cair a ficha”.
Puxa, os caras dizem que vivem na ilha; caçam a própria comida; fazem a própria roupa e precisam vender suas quinquilharias em dólar???
E sentados, vimos a tremenda enganação que os caras fazem em cima dos turistas! Em MP conhecemos um rapaz que se orgulhava de ter comprado pela bagatela de 20 dólares o tal barquinho de totora;
E no caminho do vale do Colca vimos a mesma capa de almofada por 10 pesos! Poderíamos ter comprado o par! 😉